domingo, 9 de outubro de 2011

Precisa-se de faxina


   Gostaria de saber o que estou fazendo. Gostaria que minha luz estivesse mais forte, mas parece que quanto mais eu tento proteger a chama, ou riscar novos fósforos, mais ela enfraquece, como se eu a soprasse. Acho que preciso de energia renovável e sustentável. Não que eu não saiba onde é a fonte, eu preciso buscá-la e enchergar meu caminho, não mais tropeçar.
   Meu coração anda tão bagunçado quanto meu quarto. Ou pior, como meu guarda-roupa. Parece que, supostamente, eu tenho tanta coisa para fazer, ou  pra ocupar minha mente que simplesmente jogo minhas coisas por lá - no meu no meu quarto ou no meu coração - e deixo tudo como está: na maior desordem. E quando, finalmente, eu tenho um tempo para respirar, não posso; minha cama está cheia demais pra ter um lugar pra eu me deitar e meu coração está angustiado demais pra conseguir relaxar. Parece que meu dilema é sempre colocar as coisas em ordem. Tapada que sou penso que sempre posso arrumar só.
   Me sentir só é um dos meus piores defeitos. Quanto mais tento encontrar uma zona de conforto, mais me sinto excluída; quanto mais tento compartilhar, mais medo tenho de derramar lágrimas; quanto mais tento me aproximar, mais medo tenho de que me conheçam. Uns me decepcionam, outros me irritam, outros viram as costas, e eu, humana que sou, faço tudo isso com todos eles. Eu, humana que sou, faço tudo isso com todos eles e só vejo o meu lado.
   Eu, ingrata, mal-aventurada, solitária, pecadora, preocupada somente com minha própria vida, esqueço o que realmente devo fazer e a quem realmente devo buscar. Espero que isso sirva de lembrete pra mim.