domingo, 7 de agosto de 2011

Dicionário em branco

    As palavras perderam o seu poder, sua força, seu peso. É preciso observar atentamente, meus caros, para conseguir notar. Confesso que custei-me em perceber. No entanto, como já era do meu feitio observar coisas pequenas, destas que pouco importa para alguém, notei que não necessariamente perderam seu real sentindo, mas passaram o mesmo para outras palavras, frases ou período.
    Curioso é que quanto menos valor, mais noto tais expressões em uso. Ainda mais intrigante é que, em sua essência, elas possuem sim muita força, muito poder. Então, permiti-me um experimento. Tornei em silêncio esses sons tão usados, tão sem sabor; e mais, transformei em gestos, em olhares gritantes. A ausência de permitiu-me conhecer parte do seu brilho.
    Não obstante, atentei-me dos mais queridos, para eles pouco importava os significados das letras aos outros, bastava o vazio, o silêncio a dois; falar com os olhos... e aquela ânsia por ouvir, aquela dor por esperar. Seus momentos, por si só, já eram poesia.

Pronome pessoal do caso reto da primeira pessoa do singular + pronome pessoal do caso oblíquo átono da segunda pessoa do singular + conjugação do verbo amar na primeira pessoa do singular no presente do indicativo.

4 comentários:

laryssaksdc disse...

Perfeito, como todos seus textos.

Karlinha Ferreira disse...

Coisa linda...

Ai ai ai... como é bom amar...
Está assim apaixonado...


Beijo grande!

quaresma. disse...

é preciso sensibilidade para encontrar valor nas coisas '-'

beijas, moça :*

Camila Paula disse...

Você escreve muito bem! Gostei do seu espaço!